Ontem depois que saí do trabalho resolvi passar no shopping ao lado pra comprar dois presentinhos pra duas amigas da minha filha que vão fazer aniversário na escola sexta-feira.
Eu sempre compro algum brinquedo pras crianças, mas ontem ao passar em frente à Livraria da Vila resolvi entrar e dar uma olhada na seção infantil.
Pedi ajuda para as funcionárias da loja, explicando que eu procurava livros para meninas em fase de alfabetização. E me lembrei de pedir livros escritos em letra bastão (letra de forma maiúscula) que é o tipo de letra que as crianças em fase de alfabetização reconhecem melhor.
Ela me trouxe infinitas opções, com diferentes estilos de estórias, com níveis de dificuldade, dos mais variados assuntos. Achei uma ótima ideia de presente para crianças nessa fase.
As professoras sempre disseram que quanto mais incentivarmos nossos filhos a lerem sozinhos mais rapidamente e facilmente eles aprenderão a ler e escrever.
Comprei dois livros pra cada menina e decidi comprar também um para minha filha.
Dei pra ela de presente hoje de manhã, no caminho da escola. Ela olhou as figuras e foi imaginando a história pelo caminho. Perguntei se ela conseguia ler alguma parte pra mim e ela tentou a primeira página e na primeira dificuldade desistiu.
Ela sempre foi assim, não suporta errar e perceber que não sabe alguma coisa, fica irritada, briga e desiste.
Eu acho isso muito ruim para ela, para o aprendizado tanto na escola como na vida. Imagina desistir em cada dificuldadezinha?
Conversei, tentei explicar que tem algumas junções de letras (ela ainda não sabe exatamente o que é uma sílaba) são mais difíceis porque as letras só tem um som se tiver mais alguma depois (caso do q) ou porque elas mudam de som dependendo do que vem antes ou depois.
Não teve jeito. Juntou ainda com o sono da manhã e nada fez com que eu a convencesse a tentar ler de novo.
Fiquei um pouco triste, frustrada, mas achei que não valia a pena insistir naquele momento.
No final do dia peguei ela na escola e ao entrar no carro ela encontrou o livro no banco de trás. Mais uma vez olhou as figuras e se interessou.
Dessa vez não tentei explicar pra ela as dificuldades de algumas sílabas (eu já tinha lido o livro durante o dia e praticamente decorado algumas frases), deixei ela ler "do jeito dela" e esperei ela me perguntar as dúvidas.
Funcionou melhor, mas ela leu só três páginas e desistiu de novo, dessa vez por causa da falta de luz.
Pegamos o meu marido no trabalho e fomos pra casa. Quando chegamos, pela primeira vez minha filha, que tem 6 anos, se propôs espontaneamente a ler um livro inteiro para mim e o pai dela.
Deixamos ela se aventurar sozinha pelas letras, pronunciando algumas palavras de um jeito bem engraçado (por exemplo, "támbém"), lendo coisas que nem fazem sentido... Mas ela estava segura do que lia e, o melhor, se divertindo!
Percebi que com a minha filha, o método que funciona melhor é deixá-la achar que está tudo certo e dar dicas sem necessariamente corrigir o que ela está fazendo.
Ao invés de dizer que tal palavra se lê de um jeito, usava a palavra que ela estava com dificuldade pra ler ou alguma outra com um som semelhante e que ela já conhecia em alguma frase com o pai, então ela percebia e corrigia sua leitura. Desse jeito ela vai aprendendo com exemplos e com a própria experiência.
Leu o livro até o final!
Existem muitos métodos de ensino e alfabetização hoje em dia. Minha filha aprende com o método construtivista. Eu estou adorando o resultado e a evolução dela é nítida no dia a dia e no acompanhamento das lições de casa que ela faz.
Com qual método seu filho aprende? Você já pensou sobre esse assunto, se prefere um ou outro?
Vou preparar um próximo texto com os métodos mais comuns hoje em dia pra ajudá-las a conhecer e decidir em que tipo de escola você vai querer matricular seus filhos.